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Como a Ciência do Esporte atua para melhorar o desempenho dos atletas paralímpicos brasileiros
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O Brasil é uma potência paralímpica e chegou a Paris 2024 com várias chances de medalhas, com 280 atletas em 20 modalidades nos Jogos Paralímpicos, que terminam dia 8 de setembro. Por trás desse time, uma equipe de profissionais de várias áreas trabalha para aperfeiçoar o desempenho dos campeões. Um deles é Thiago Lourenço, coordenador do Departamento de Ciência do Esporte do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), que acompanha os atletas e conversou com a RFI na sua chegada à capital francesa.
Taíssa Stivanin, da RFI em Paris
Doutor em Biodinâmica do Movimento Humano e Esporte pela Universidade de Campinas, Thiago Lourenço foi convidado para ser fisiologista da equipe paralímpica de Atletismo em 2014. Depois das Olimpíadas de 2016, no Rio, ele se tornou cientista do Esporte e coordena o departamento do CPB desde 2020.
Segundo ele, um dos maiores desafios no dia a dia é transformar os dados obtidos no monitoramento dos movimentos dos atletas em "medidas práticas". O objetivo é utilizar essas informações para ajudar os campeões e os treinadores a definir a carga de treinamento adequada e diminuir o risco de lesões.
Hoje, o Departamento de Ciência do Esporte do Comitê Paralímpico Brasileiro conta com sete profissionais. “Transformamos dados em informações e as informações em atitudes práticas. O número precisa ser transformado em uma ação, que poderá ser implementada por médicos, treinadores, fisioterapeutas ou nutricionistas da equipe. As avaliações que fazemos acabam sendo o fio condutor do treinador, para que ele possa estipular a carga de treino e seus efeitos”, explica.
A meta final é validar o treinamento e, se for necessário, modificá-lo. “Diariamente coletamos informações de várias formas para municiá-los neste sentido. Os atletas de alto rendimento, principalmente no movimento paralímpico, têm individualidades mais “refinadas”. Os ajustes e as avaliações precisam guiar os treinadores”.
Como os dados são coletados?
Os cientistas do esporte coletam esses dados de várias maneiras, através de questionários, análises de sangue, exames de imagens ou monitoramento com sensores subaquáticos, por exemplo. “Usamos análises de sangue que não são corriqueiras”, frisa Thiago Lourenço. “São ferramentas utilizadas nas UTIs e dentro do hospital, aplicadas com um conceito bioquímico específico para o exercício e o treinamento esportivo”.
“Temos análises de imagens, usadas em ajustes técnicos, dois biomecânicos especializados e também utilizamos o GPS, ou acelerômetro, aquele colete que os jogadores de futebol colocam embaixo da camiseta. Nós o usamos em várias modalidades paralímpicas, o que também é uma inovação”.
Os cientistas do esporte estão em contato diário com os atletas e têm reuniões semanais com a equipe de profissionais da saúde que acompanha os campeões. “Essa troca de informações é contínua e diária. Não dá para esperar dez minutos, senão o atleta vai para o treino, se lesiona, e a gente perde a medalha por falta de comunicação”.
O trabalho é individual e visa identificar os pontos que precisam ser desenvolvidos ou modificados em cada atleta, como ganho ou perda de massa muscular, por exemplo. “Baseando-se nisso, a gente traça um planejamento físico, técnico, tático e mental”, detalha o cientista do esporte.
Saúde mental
Cada modalidade tem sua complexidade. “O atleta paraolímpico ou o atleta olímpico são atletas. E por serem atletas, levam seu corpo ao limite, independentemente da modalidade. Para mim todas são difíceis e fascinantes porque precisamos descobrir como levar o atleta ao seu máximo”.
Em algumas modalidades, lembra, há uma incidência maior de lesões. É o caso da natação paralímpica, devido ao uso intenso de determinadas articulações. Ele também cita o atletismo, triatlo, ciclismo, judô e futebol, onde há muitos choques entre os atletas cegos.
Assim como em outros países, a saúde mental dos campeões olímpicos e paralímpicos também ganhou destaque nos últimos anos no Brasil. Atualmente, o Comitê Paralímpico Brasileiro tem um departamento de Psicologia que atende todas as modalidades.
Pela primeira vez, a Vila Paralímpica também terá uma área de treinamento mental e um local reservado para a Ciência do Esporte. “É um fato histórico. Estamos muito felizes de termos nosso espaço. É uma grande conquista para nós e para a Psicologia”, resume Thiago Lourenço.
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O Brasil é uma potência paralímpica e chegou a Paris 2024 com várias chances de medalhas, com 280 atletas em 20 modalidades nos Jogos Paralímpicos, que terminam dia 8 de setembro. Por trás desse time, uma equipe de profissionais de várias áreas trabalha para aperfeiçoar o desempenho dos campeões. Um deles é Thiago Lourenço, coordenador do Departamento de Ciência do Esporte do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), que acompanha os atletas e conversou com a RFI na sua chegada à capital francesa.
Taíssa Stivanin, da RFI em Paris
Doutor em Biodinâmica do Movimento Humano e Esporte pela Universidade de Campinas, Thiago Lourenço foi convidado para ser fisiologista da equipe paralímpica de Atletismo em 2014. Depois das Olimpíadas de 2016, no Rio, ele se tornou cientista do Esporte e coordena o departamento do CPB desde 2020.
Segundo ele, um dos maiores desafios no dia a dia é transformar os dados obtidos no monitoramento dos movimentos dos atletas em "medidas práticas". O objetivo é utilizar essas informações para ajudar os campeões e os treinadores a definir a carga de treinamento adequada e diminuir o risco de lesões.
Hoje, o Departamento de Ciência do Esporte do Comitê Paralímpico Brasileiro conta com sete profissionais. “Transformamos dados em informações e as informações em atitudes práticas. O número precisa ser transformado em uma ação, que poderá ser implementada por médicos, treinadores, fisioterapeutas ou nutricionistas da equipe. As avaliações que fazemos acabam sendo o fio condutor do treinador, para que ele possa estipular a carga de treino e seus efeitos”, explica.
A meta final é validar o treinamento e, se for necessário, modificá-lo. “Diariamente coletamos informações de várias formas para municiá-los neste sentido. Os atletas de alto rendimento, principalmente no movimento paralímpico, têm individualidades mais “refinadas”. Os ajustes e as avaliações precisam guiar os treinadores”.
Como os dados são coletados?
Os cientistas do esporte coletam esses dados de várias maneiras, através de questionários, análises de sangue, exames de imagens ou monitoramento com sensores subaquáticos, por exemplo. “Usamos análises de sangue que não são corriqueiras”, frisa Thiago Lourenço. “São ferramentas utilizadas nas UTIs e dentro do hospital, aplicadas com um conceito bioquímico específico para o exercício e o treinamento esportivo”.
“Temos análises de imagens, usadas em ajustes técnicos, dois biomecânicos especializados e também utilizamos o GPS, ou acelerômetro, aquele colete que os jogadores de futebol colocam embaixo da camiseta. Nós o usamos em várias modalidades paralímpicas, o que também é uma inovação”.
Os cientistas do esporte estão em contato diário com os atletas e têm reuniões semanais com a equipe de profissionais da saúde que acompanha os campeões. “Essa troca de informações é contínua e diária. Não dá para esperar dez minutos, senão o atleta vai para o treino, se lesiona, e a gente perde a medalha por falta de comunicação”.
O trabalho é individual e visa identificar os pontos que precisam ser desenvolvidos ou modificados em cada atleta, como ganho ou perda de massa muscular, por exemplo. “Baseando-se nisso, a gente traça um planejamento físico, técnico, tático e mental”, detalha o cientista do esporte.
Saúde mental
Cada modalidade tem sua complexidade. “O atleta paraolímpico ou o atleta olímpico são atletas. E por serem atletas, levam seu corpo ao limite, independentemente da modalidade. Para mim todas são difíceis e fascinantes porque precisamos descobrir como levar o atleta ao seu máximo”.
Em algumas modalidades, lembra, há uma incidência maior de lesões. É o caso da natação paralímpica, devido ao uso intenso de determinadas articulações. Ele também cita o atletismo, triatlo, ciclismo, judô e futebol, onde há muitos choques entre os atletas cegos.
Assim como em outros países, a saúde mental dos campeões olímpicos e paralímpicos também ganhou destaque nos últimos anos no Brasil. Atualmente, o Comitê Paralímpico Brasileiro tem um departamento de Psicologia que atende todas as modalidades.
Pela primeira vez, a Vila Paralímpica também terá uma área de treinamento mental e um local reservado para a Ciência do Esporte. “É um fato histórico. Estamos muito felizes de termos nosso espaço. É uma grande conquista para nós e para a Psicologia”, resume Thiago Lourenço.
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